Sessão 20/21

Página 4/7: Tema B: Preparar-se para diálogos abertos com os seus filhos e adolescentes

Tópico B: Preparando-se para diálogos abertos com suas crianças e adolescentes

Antes de iniciar o Tópico B
Faça um breve resumo do Plano de Trabalho A sobre os tópicos que os participantes precisam discutir. Algum participante sente necessidade de conversar com um psicólogo? Vamos garantir que todos os pais do nosso grupo se sintam bem preparados para a mudança e prontos para planejar como informar as crianças.

Prevenindo a re-traumatização das crianças
Crianças que vivem em acolhimento nos Vilarejos SOS já experimentaram separações traumáticas de seus pais e colegas antes de entrarem na Aldeia SOS. Quando uma criança é informada de que precisará deixar a base segura e os vínculos seguros com amigos e funcionários do Vilarejo, antigos medos e fantasias das separações iniciais podem ressurgir, gerando ansiedade de separação excessiva, estresse e outras emoções negativas. Essa reação é chamada de re-traumatização. As propostas e discussões a seguir ajudarão a evitar a re-traumatização das crianças e adolescentes, proporcionando-lhes uma experiência positiva em relação à mudança.

Menina conversa sobre a mudança do Vilarejo SOS com sua mãe SOS e seus sonhos para o futuro.

Como seus filhos e jovens irão reagir?
Dependendo da idade e da história de vida, as crianças reagirão de maneiras muito diferentes à notícia.

  • Crianças pequenas vivem o momento presente e esperam que sua situação atual dure “para sempre”. Elas precisarão de segurança e de uma experiência física no novo ambiente para compreender a mudança.
  • Crianças mais velhas e adolescentes podem estar ansiosos para deixar o Vilarejo e fazer parte da comunidade, mas ainda assim podem se sentir inseguros e temerosos em relação à transição.

Reflexões de 10 minutos: Como um de meus filhos ou adolescentes reagirá?
Cada mãe reflete sobre uma criança ou jovem de sua casa:

  • Esta criança ou jovem ainda tem medos e forte ansiedade de separação devido a experiências traumáticas anteriores à entrada no Vilarejo? Ou geralmente é feliz e sociável, mesmo diante de mudanças inesperadas?
  • Como essa criança normalmente reage a mudanças na rotina diária? Por exemplo, como reagiu ao começar a escola ou ao conhecer novas pessoas e lugares?
  • Quais esperanças ou interesses essa criança tem que podem ser realizados na comunidade?
  • Com base no seu conhecimento sobre essa criança, qual é a melhor forma de se comunicar com ela?

Discussão em grupo – 30 minutos:
Um membro do grupo apresenta suas reflexões sobre como informaria uma criança pequena, enquanto os demais escutam. Depois, os participantes compartilham ideias sobre a melhor forma de comunicar essa criança. Outro membro apresenta seus pensamentos sobre como informaria uma criança mais velha ou um adolescente, e o grupo discute as sugestões.

  • Como podemos informar uma criança ou jovem de acordo com suas forças e necessidades individuais?

Plano de Trabalho – Tópico B: Informando crianças e jovens

Conselho de uma menina de 11 anos para outras crianças que estão se mudando:
“Na minha experiência, elas devem cooperar ao máximo com seus pais SOS. Não devem ter medo da mudança. Devem pensar: ‘Vou fazer novos amigos, passar nas minhas provas, tentar fazer tudo certo, e então serei feliz’.”

Aqui estão algumas ideias e sugestões de diálogos e atividades para ajudar crianças e jovens a compreenderem o que significa a mudança. Eles podem participar ativamente do processo e expressar suas opiniões e ideias. O plano de trabalho tem duas etapas.

Etapa 1: Diálogos abertos com as crianças em cada casa
O ambiente seguro e familiar da casa de um dos pais SOS é um bom local para introduzir o tema da mudança futura. Escolha um momento adequado, como o chá da tarde ou a noite, quando todas as crianças estiverem presentes.

Dicas úteis para informar as crianças:

  • Escolha um momento e um local onde todos estejam calmos. Conte uma história sobre uma mudança que você experimentou na infância e o que aprendeu com isso.
  • Apresente a possibilidade de mudança no futuro de forma tranquila e positiva.
  • Se alguma criança reagir com protesto, medo ou tristeza, permita que ela expresse seus sentimentos e fale sobre seus pensamentos. Não interrompa nem tente convencê-la dos benefícios. Dê tempo para suas reações e perguntas.
  • Reforce que você continuará sendo a mãe delas, só que agora na comunidade.
  • Explique que haverá muitas conversas antes que qualquer mudança ocorra.

Após a reunião em casa, o grupo pode compartilhar e avaliar o processo:

  • Como as crianças reagiram à notícia?
  • Alguma criança mostrou sinais de re-traumatização – precisamos de um terapeuta para algumas delas?
  • Quais crianças precisam de mais diálogos individuais com seus pais no dia a dia?
  • Quais perguntas devemos responder para elas?
  • O que aprendemos ao informar as crianças?

 

Etapa 2: Uma reunião informativa para todas as crianças do Vilarejo
Logo após um ou mais pais informarem suas crianças individualmente, deve-se planejar uma reunião para informar todas as crianças do Vilarejo.

Por que isso é importante?
Mesmo que apenas um pai esteja se mudando, a notícia se espalhará rapidamente entre a equipe e as crianças ouvirão fragmentos de conversas entre os funcionários. Para evitar mal-entendidos e preocupações, é essencial organizar uma reunião geral para todos os pais e crianças do Vilarejo. Outros funcionários, como gestores de programas e professores, podem participar e contribuir.

Proposta para a reunião:

  • As crianças de cada casa do Vilarejo se reúnem com sua mãe SOS.
  • O Diretor do Vilarejo ou gestor do projeto apresenta os motivos gerais e o cronograma da mudança.
  • Uma ex-mãe SOS do Vilarejo compartilha sua experiência como mãe comunitária SOS.
  • Um ou dois jovens que já vivem em acolhimento familiar descrevem suas experiências antes e depois da mudança e como é viver na comunidade.

Atividade em grupo – 15 minutos:
As crianças discutem e fazem perguntas aos seus pais SOS e aos jovens que já passaram pela experiência. Os pais SOS apresentam as perguntas à audiência, e os funcionários respondem.