Sessão 15/21

Página 3/7 O que podemos aprender ouvindo pessoas experientes que saíram do sistema de acolhimento?

O que podemos aprender ouvindo pessoas experientes que saíram do sistema de acolhimento?

O que podemos aprender com as vozes dos jovens que deixaram o acolhimento? Um exemplo foi compartilhado por Sandra, que saiu do acolhimento. Ela teve um desempenho excelente na universidade após o acolhimento. No entanto, ao procurar um trabalho de meio período, caiu nas mãos de uma agência de empregos que a enviou para um país do Oriente Médio. Lá, trabalhou como empregada doméstica, mas, na realidade, viveu como uma escrava doméstica por anos. Conseguiu fugir e, depois de muitas dificuldades, hoje ganha a vida vendendo chapatti nas ruas.

Assista a este vídeo com Eunice, que saiu do acolhimento, e ouça seus conselhos para cuidadores e jovens que se preparam para sair, baseados em suas próprias experiências.

DISCUSSÃO EM GRUPO

  • Por que você acha que Sandra não percebeu que a agência de empregos a estava enganando?
  • Qual é o conselho mais importante dado por Eunice na entrevista?
  • Qual é sua própria experiência sobre os principais riscos enfrentados pelos jovens que saem do acolhimento?

Deixar o cuidado é emocionante e desafiador – o que podemos aprender com as vozes dos jovens que saem do sistema de acolhimento?

Perguntamos a eles:
“Quais são os vossos desafios, esperanças e sonhos para o futuro?”

Marcus, 21 anos: 

“O meu maior desafio: eu estava acostumado a estudar na Aldeia. Quando me mudei para cá, de repente tive que caminhar uma longa distância todos os dias para ir e voltar da escola – isso foi muito cansativo.”

Mario, 19 anos

“Sim, e tivemos muitos outros desafios para enfrentar, foi confuso. Outro grande desafio foi ter que fazer todas as tarefas domésticas – cozinhar, limpar, pagar as contas, lavar a roupa e assim por diante. Estávamos acostumados a ter as nossas Mães SOS cuidando de tudo isso, então tivemos que aprender a fazer sozinhos. A nossa primeira comida não ficou boa, mas estamos a aprender muitas habilidades.”

Perda de amigos e novos laços

“Passamos toda a nossa vida na Aldeia, então foi muito doloroso separar-nos das nossas Mães SOS e amigos – eles são os nossos irmãos e irmãs. As nossas Mães SOS ficaram orgulhosas, felizes e tristes ao mesmo tempo quando nos mudamos.”

“Agora, fizemos novos amigos na escola, nos treinamentos de saída e na igreja. Conversamos sobre o fato de que alguns amigos são bons e outros não, então afastamo-nos daqueles que não eram uma boa influência. Também vamos à igreja e recebemos apoio lá, e ajudamos os nossos amigos na construção de casas. E temos um ao outro.”

A sensação de independência

Ambos concordam sobre uma experiência incrível:

“Foi a sensação de ser independente – agora podemos fazer o que quisermos e tomar as nossas próprias decisões, sem ninguém interferir e dizer-nos o que fazer. É emocionante e um pouco assustador ao mesmo tempo ter que tomar as nossas próprias decisões. As nossas Mães SOS foram um grande apoio – tivemos muitos diálogos com elas.”

Sonhos para o futuro

“Recebemos formação da SOS em mecânica, marketing e informática. Queremos criar páginas da internet para pequenos negócios.”

Marcus e Mario são dois jovens cheios de energia que cresceram desde o nascimento na Aldeia SOS em Lubango, Angola. Agora, vivendo numa casa de transição, eles se preparam para a vida independente.