Sessão 7/21

Página 2/5 Introdução ao tema: Como reagem as crianças à perda

Introdução ao tema: Como as crianças reagem à perda

Dependendo da idade em que a criança é separada dos pais e colocada em acolhimento familiar, as crianças reagem e demonstram a sua tristeza de formas diferentes. Elas também têm diferentes maneiras de tentar lidar com a sua dor.

Frequentemente se diz, sobre a perda de um dos pais, que “o tempo cura todas as feridas”, mas isso geralmente só é verdade para crianças que eram muito pequenas quando separadas de um dos pais ou de outra figura de apego importante. A perda não é necessariamente a morte de um dos pais, mas a própria separação física.

Um dos pais também pode estar presente, mas incapaz de responder, por exemplo, devido a depressão materna, doenças psiquiátricas ou uma falta de cuidado na infância do próprio cuidador. A duração e a gravidade da reação também dependem do contato que os novos cuidadores oferecem.

A fase natural de protesto – O experimento da face imóvel

Geralmente, as crianças passam por uma fase de protesto quando são separadas ou não recebem respostas: elas choram, sentem-se desconfortáveis e são difíceis de acalmar, e podem rejeitar os esforços de intimidade dos novos pais de acolhimento. Na verdade, esta é uma reação normal e saudável: o sistema de apego da criança é ativado pela separação, como deveria ser, para prevenir uma separação adicional.

Você pode ver uma demonstração desta reação no Experimento da Face Imóvel, conduzido pelo Dr. Ed Tronick. Primeiro, a mãe responde e coopera com o bebê – depois, ela é instruída a manter o rosto imóvel. O bebê imediatamente começa a tentar chamar a sua atenção, fica desesperado e, finalmente, chora. Você pode imaginar como um bebê com uma mãe que não consegue responder pode vivenciar estados de extrema ansiedade.

REAÇÕES INTENSAS DE SEPARAÇÃO EM BEBÊS DE 0 A 24 MESES: RETRAIMENTO OU ANSIEDADE GENERALIZADA DE SEPARAÇÃO

Falta de comportamento de apego: Se outra figura de apego não for oferecida após a separação, ou se os cuidadores não responderem ao choro da criança, a criança pode desistir de chorar e aparentemente tornar-se calma, indiferente e retraída. Isso, na verdade, é um sinal de perigo: a atividade do sistema de apego pode ter parado, mas a criança pode estar em um estado permanente de luto.

Ela pode responder menos ou não responder de forma alguma aos cuidados e aos esforços para oferecer intimidade e conforto. Isso pode evoluir para um estado de depressão e retraimento, onde a criança não se desenvolve ou cresce suficientemente. Esta reação é comum em crianças que passaram por muitas mudanças precoces de cuidadores ou figuras de apego e em crianças que receberam pouca interação, por exemplo, em orfanatos ou hospitais.

Reação exagerada às separações: Ou, se a separação foi repentina e muito chocante – talvez o bebê tenha sido retirado dos pais pelas autoridades e pela polícia enquanto os pais choravam e resistiam – o bebê pode desenvolver um estado generalizado de estresse e Ansiedade de Separação.

Talvez o sistema de apego do bebê tenha se tornado muito sensível e “hiperativo” devido a um ou mais choques precoces. Assim, toda vez que você sai da sala ou simplesmente se vira, a criança pode sentir medo extremo e entrar em pânico, precisando de confirmação constante de que você permanecerá onde está.

Crianças que se tornaram hipersensíveis à separação podem:

Agarrar-se a você o tempo todo.
Ter grandes dificuldades para dormir.
Precisar de reafirmação e conforto constantes, mesmo depois de separações curtas e normais.

Isso é um problema frequente na primeira fase de Acolhimento Familiar.

PERGUNTAS PARA REFLEXÃO E DIÁLOGO

Você observou retraimento ou medo excessivo da separação na sua criança acolhida após a colocação em acolhimento familiar?
Quanto tempo durou (caso tenha diminuído ou parado)?
Como isso afetou os seus sentimentos em relação à criança?
Você se sentiu deprimido(a) ou rejeitado(a) pela criança?
O medo excessivo da separação fez com que você evitasse praticar separações normais e curtas, como deixar o bebê sozinho por um minuto?
Como você reagiu se a criança não respondia a você ou ficava constantemente agarrada e com medo de que você saísse da sala?