Sessão 17/21
Página 7/9 Oferecendo uma família adotiva do centro de reabilitaçãoOferecendo uma família de acolhimento a partir do centro de reabilitação
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A partir do processo de mapeamento da rede de crianças em situação de rua na sua área, as equipes e os futuros pais de acolhimento podem observar as crianças no centro de reabilitação e concordar sobre quem deve ser combinado com pais de acolhimento. Os futuros pais de acolhimento devem visitar regularmente o centro de reabilitação para conhecer as crianças ou adolescentes de maneira informal, participar de atividades diárias e decidir com a equipe quais crianças precisam de uma família.
APRESENTANDO A CRIANÇA A UMA FAMÍLIA DE ACOLHIMENTO
Chegou o momento de conversar com a criança e oferecer uma família de acolhimento. Um membro da equipe e um pai ou mãe de acolhimento podem fazer isso juntos. Converse com a criança sobre sua situação. Pergunte o que ela mais gosta, quais são seus sonhos ou necessidades. Seja curioso e sem julgamentos. Ouça com atenção e aceite o que ela lhe contar. Não moralize, mostre compaixão. Talvez você possa planejar uma pequena atividade com ela enquanto conversa, como brincar, contar enigmas, preparar comida ou jogar algum jogo.
Explique o quanto a vida na rua é difícil para crianças e que muitas perderam ou deixaram seus pais ou parentes. Descreva o que você tem a oferecer. Explique à criança que os pais de acolhimento não são seus pais biológicos, mas, como bons pais, oferecerão amor, comida, proteção e educação até que ela cresça. Também diga à criança que, se sentir falta de seus amigos nas ruas, podem ser organizadas visitas às ruas ou à casa de acolhimento. Assim, a criança saberá que não precisa fugir.
Alguns pais de acolhimento já relataram que uma menina fugiu duas vezes antes de finalmente decidir, após um ano, ficar com a família de acolhimento. É importante compreender como é difícil para uma criança deixar sua rede social, por mais precária que seja.
Deixe a criança visitar a família de acolhimento antes de tomar a decisão e ofereça um período de teste antes da decisão final. Lembre-se de que crianças em situação de rua são “pequenos adultos” que tomam suas próprias decisões na vida – decisões que normalmente só um pai ou mãe tomaria. Elas têm o direito de ser bem informadas durante esse processo e de participar da tomada de decisões.
AVALIANDO A COMBINAÇÃO ENTRE CRIANÇA E PAIS DE ACOLHIMENTO
Antes e depois das conversas com a criança, a equipe e os pais de acolhimento podem discutir a combinação. Todos devem saber que crianças com comportamentos de apego inseguro têm mais chances de se recuperar do trauma e desenvolver um apego seguro se forem acolhidas por uma família antes dos 3-5 anos de idade. Com crianças mais velhas ou adolescentes, os pais de acolhimento devem estar cientes de que essas crianças podem apresentar desafios mais permanentes e precisam de atenção extra durante o acolhimento. Em particular, crianças com comportamento ambivalente podem ser desafiadoras para uma família de acolhimento. Recomendamos que os pais de acolhimento recebam supervisão regular de profissionais experientes ou psicólogos.
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