Sessão 21/21

Página 4/6: Tema C: Mapear as relações e os laços da criança ou do jovem

Tópico C: Mapeando as relações e os vínculos da criança

O que deve ser discutido e planejado ao selecionar uma criança ou jovem para o reencontro familiar?
E como podemos fazer uma avaliação precisa de todas as relações sociais da criança?

Quando uma criança ou jovem está pronto para o reencontro familiar?

A seleção de uma criança ou jovem para o reencontro familiar é um processo individual. Cada caso é único. Para orientações práticas e materiais, consulte este manual.

Pesquisas mostram que o fator mais importante para o sucesso no reencontro familiar é a existência de uma rede relacional segura.

Fazer a escolha certa de uma criança ou jovem depende muito do julgamento dos gestores e dos pais SOS, do conhecimento íntimo que eles têm sobre a criança e da estreita colaboração entre a equipe. Para auxiliar na tomada de decisões informadas, aqui estão algumas experiências de projetos de reinserção e pesquisas sobre mudanças de cuidadores. Elas são diretrizes gerais e podem não se aplicar a cada criança – inclua sempre seu julgamento profissional no caso específico.

Quando uma criança ou jovem está pronto para mudar de cuidador?

Em geral, crianças de qualquer idade podem ser elegíveis para o reencontro familiar. Na prática, adolescentes e jovens são os mais frequentemente reunidos com suas famílias.

Quanto mais jovem a criança, mais flexível ela será em sua capacidade de transitar de um cuidador para outro. Pesquisas mostram que crianças menores de três anos geralmente conseguem formar um vínculo seguro com um novo cuidador. Após cerca de um ano de acomodação, o bebê ou a criança pequena verá o novo cuidador como seu pai emocional, e a transição será bem-sucedida.

Para crianças entre três e onze anos, a mudança pode ser um desafio, especialmente se elas tiveram pouco tempo para formar um vínculo seguro com seus pais SOS. Nesta idade, estabilidade emocional e física são essenciais para o desenvolvimento de habilidades importantes, brincadeiras e aprendizado. A mudança pode prejudicar o desempenho escolar e romper os laços sociais com seus colegas. O reencontro familiar exigirá um alto grau de motivação da criança e fortes habilidades parentais na família de origem.

Adolescentes e jovens geralmente conseguem compreender e expressar suas necessidades e desejos, tornando-se participantes ativos na decisão sobre o reencontro familiar. Nesta idade, é natural começar a se separar dos cuidadores parentais e iniciar uma vida independente. Jovens costumam ter experiências de vida fora do Vilarejo e desejam fazer parte da comunidade. No entanto, a puberdade pode trazer instabilidade emocional e física, e o tempo necessário para a maturação deve ser levado em consideração.

 Crianças com necessidades especiais ou outras deficiências

A reinserção de crianças com deficiências físicas ou intelectuais é um grande desafio em muitas comunidades. Recomenda-se que os primeiros reencontros familiares sejam realizados com crianças ou jovens que estejam bem e tenham uma boa adaptação às mudanças. A equipe ganhará experiência antes de lidar com reinserções mais difíceis de crianças com deficiência. Estas diretrizes (guidelines), baseadas em experiências na África Oriental e Meridional, podem ajudá-lo a planejar o processo.

Discussão em grupo – 30 minutos

Por favor, discutam e elaborem um plano de trabalho de acordo com suas considerações:

  • Quais são nossas reflexões sobre a idade da criança ou jovem em questão?
  • Quais vantagens e riscos relacionados à idade devemos considerar?
  • Como podemos aplicar esse conhecimento para avaliar se uma criança está pronta para o reencontro familiar?

A seguir, você pode utilizar uma ferramenta para fazer uma avaliação precisa dos muitos vínculos e apegos da criança.

 

Como usar o Mapa de Relações de Apego da Criança e do Jovem

Como podemos obter uma visão geral dos vínculos e relações mais importantes de uma criança e entender sua própria percepção sobre quem ela considera uma figura de apego – antes, durante e após o reencontro familiar?

É importante que gestores e cuidadores façam sua própria avaliação sobre com quem a criança tem um apego positivo. Também é necessário compreender a perspectiva da própria criança: Com quem ela se sente segura e conectada? Com quem se sente insegura? Além disso, como os parentes descrevem sua relação com a criança? O uso deste mapa ajudará a encontrar respostas por meio de diálogos.

O Mapa de Relações de Apego é fácil de usar (The Child and Youth Attachment Relations Map). Seu propósito é fornecer a todos os envolvidos uma visão clara sobre:

  • A quem a criança ou jovem está emocionalmente apegado?
  • Quem a faz sentir-se segura ou insegura?

O mapa fornece três ângulos para avaliar a qualidade da rede social de uma criança ou jovem:

A visão profissional, a visão da criança e a visão dos parentes.

Por favor, abra e imprima o Mapa de Relações de Apego da Criança e do Jovem. Imprima quantos forem necessários e leia o manual antes de utilizá-lo.

Recomendamos o uso do mapa nos seguintes passos:

  • Mães SOS e gestores do programa preenchem o mapa: Qual é nossa visão profissional sobre os vínculos mais importantes desta criança ou adolescente?
  • Do ponto de vista da criança: Uma pessoa que conhece a criança ou jovem realiza uma entrevista e auxilia no preenchimento do mapa. Como ele ou ela descreve suas relações seguras ou inseguras?
  • Durante uma visita domiciliar com os parentes: Apresente o mapa e ajude-os a preenchê-lo. Como eles percebem seus próprios vínculos com a criança? Como acham que a criança os vê?

As perspectivas mudarão durante a reinserção, portanto, aplique o mapa antes, durante e depois do reencontro familiar.

Após utilizar o mapa em qualquer uma das três etapas, por favor, discutam e planejem:

 

Discussão em grupo e plano de trabalho – 45 minutos

  • As três perspectivas (profissionais, criança, família) estão de acordo ou são muito diferentes?
  • Como podemos trabalhar para criar um consenso entre todas as partes envolvidas?
  • Como podemos fortalecer os vínculos seguros e resolver as relações inseguras?

Se suas avaliações levaram à decisão de prosseguir, é hora de planejar o próximo passo: Trabalhar com funcionários do governo e preparar a comunidade e a família para receber a criança em um ambiente seguro.