Sessão 9/21
Página 7/10 Comportamento de apego inseguro e desorganizadoTópico C: Comportamento de apego desorganizado inseguro
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Algumas crianças experimentaram níveis tão altos de ansiedade e medo com seus cuidadores que tanto suas estratégias de apego evitativo quanto ambivalente entram em colapso. Esse estado é chamado de comportamento desorganizado, e pode aparecer por um curto período ou se tornar mais permanente. Quando uma criança age assim, ela está tão ansiosa que perdeu qualquer forma coerente de lidar com intimidade e separação. Esse comportamento é frequentemente observado se ninguém estimulou ou cuidou da criança nos primeiros anos de vida, por exemplo, se a mãe foi severamente negligenciada na infância, ou se os pais eram usuários graves de drogas, ou vítimas de guerra e crise enquanto o bebê era pequeno.
O bebê ou criança pequena pode:
- Demonstrar medo em relação ao cuidador, mesmo que o cuidador aja de forma segura.
- Virar-se ativamente e evitar contato visual, como, por exemplo, quando está no colo do cuidador.
- Responder de maneiras bizarras ao cuidado:
- O bebê ou criança pode ficar rígido de medo quando o cuidador se aproxima.
- Gritar de forma monótona sem qualquer intenção de fazer contato, repetir os mesmos sons ou palavras sem sentido o tempo todo.
- Ou tender a interromper abruptamente a busca por cuidado: Pode começar a contatar você, mas de repente começa a fazer outra coisa no meio do contato, como brincar ou tentar agredi-lo fisicamente.
A criança mais velha ou o jovem pode:
- Ter contatos curtos e superficiais com pessoas e coisas.
- Ser muito inquieto e incapaz de se concentrar ou focar em pessoas e coisas. Constantemente começar novas atividades, mas nunca terminá-las ou ser capaz de apreciá-las.
- Não ter senso de limites pessoais (falar sobre coisas íntimas ou privadas com estranhos).
- Demonstrar contato indiscriminado (fala com qualquer pessoa que encontrar, busca conforto e intimidade com completos estranhos). Talvez até mesmo apresente comportamento sexualmente indiscriminado.
- Não apresentar sentimentos de culpa, arrependimento ou remorso.
- Ser muito encantador e ter muitos contatos, mas não ter amigos de longo prazo ou relações mais profundas com cuidadores específicos.
Em casos graves, a criança pode desenvolver “Transtorno de Apego” por volta dos 5-7 anos: A criança é incapaz de se relacionar socialmente com os outros de forma coerente e não consegue desenvolver relações sociais duradouras com outras pessoas. Essa falta de uma estratégia de apego coerente é uma condição psiquiátrica séria, e crianças com esse comportamento frequentemente desenvolvem transtornos de personalidade ao crescerem (como “Borderline”, “Transtorno de Personalidade Antissocial”, etc.).
CUIDADO PROFISSIONAL PARA O COMPORTAMENTO DESORGANIZADO EM CRIANÇAS
Se uma criança experimentou privações e mudanças aleatórias nas relações com os primeiros cuidadores, tudo está “atrasado”. Múltiplos desafios precoces e cuidados anormais farão com que o desenvolvimento infantil desacelere, especialmente em relação ao desenvolvimento social, emocional e cerebral. Consequentemente, você pode perceber a criança como uma criança muito mais jovem no corpo de uma criança mais velha:
- Divida a idade da criança por três – que tipo de contato é bom para uma criança dessa idade? Quanto a criança entende instruções, e por quanto tempo uma criança dessa idade pode se concentrar?
- Pergunte a si mesmo: Em que idade mais jovem os problemas dessa criança seriam normais?
- Prefira o contato individual entre a criança e o cuidador o máximo possível antes de exigir contato entre a criança e os colegas.
- Prefira atividades e diálogos que sejam relevantes para crianças mais jovens.
- Seja muito paciente e não tenha grandes expectativas de desenvolvimento rápido.
- Nas atividades diárias, você pode praticar o que os bebês aprendem com suas mães:
- Prolongue o contato visual, tenha muitas conversas e forneça muito contato físico.
- Planeje atividades muito curtas e tenha um cronograma de atividades bem estruturado durante o dia.
REFLEXÃO
- Vê crianças sob os seus cuidados a agir assim?
- Como responde quando agem da forma descrita?
- Lembra-se de alguém na sua família ou rede social que age assim?
- O que é difícil para si quando as crianças agem de forma desorganizada?